Transferência de conhecimento é principal pilar da Thá Engenharia
A Construtora Thá Engenharia, que atua no mercado da construção civil há mais de 127 anos, contou com o Programa de Residência BIM do Instituto Senai de Construção Civil para implantar a metodologia BIM em seus processos. O formato de Residência BIM alia a formação de profissionais recém-graduados com a aplicação prática na empresa participante, e traz, assim como nas consultorias tradicionais de implantação BIM, a transferência de conhecimento como o principal pilar.
Gilberto Kaminski, diretor de PCP da Thá, afirma: “Na parceria entre Thá e Senai encontramos uma forma de viabilizar mais do que a mera implantação da metodologia BIM, mas também a formação de profissionais, o compartilhamento de experiências teóricas e práticas, e a internalização de conceitos de planejamento e controle de obras nas modelagens, de modo a minimizar dúvidas de projetos e maximizar a assertividade nos quantitativos, custos e prazos das obras.”
No início da Residência BIM na Thá Engenharia foi realizado um diagnóstico inicial da empresa, com o objetivo de traçar a maturidade BIM da mesma e mapear seus processos e fluxos de trabalho, que serviriam como ponto de partida para desenhar os novos processos, provocando uma revolução interna drástica em diversos departamentos da empresa. Então, foram elaborados os documentos BIM da Thá Engenharia, incluindo seu Caderno BIM, Plano de Implantação BIM (PIB), Plano de Execução BIM (BEP), e outros documentos que trazem diretrizes e padronizações para o trabalho e colaboração em BIM.
Os novos processos desenhados, específicos para a metodologia BIM, foram colocados em prática e validados durante a Prova de Conceito de Projeto, onde um dos empreendimentos que estava em estágios iniciais de desenvolvimento na empresa foi escolhido como o projeto piloto. A Prova de Conceito de Projeto teve como principais focos a coordenação e compatibilização 3D de projetos, planejamento de obras, e orçamento. Além dos ganhos gerais, que afetam toda a empresa, como a evolução de maturidade em relação aos conceitos e processos em BIM, e consequente realização de projetos com menos retrabalhos e aditivos ao passo que se tem maior assertividade e qualidade, foi possível perceber também ganhos específicos para cada setor. “O objetivo traçado pela empresa para a abrangência do BIM é de poder executar suas obras, tendo como base os modelos federados compatibilizados e vinculados ao planejamento 4D e ao orçamento 5D da obra”, conta Luiz Carlos Klein da Silva, Engenheiro Orçamentista da Thá Engenharia.
Em planejamento, onde foi escolhido trabalhar em BIM através de uma integração do software que a empresa já utilizava para planejamento com uma solução BIM, adicionar esse passo a mais para trazer o planejamento para o BIM valeu a pena: “[A metodologia BIM permite] a visualização das etapas construtivas do empreendimento no tempo, evitando incompatibilidades de sequenciamento de atividades, a avaliação dos elementos que compõem o empreendimento e verificação de elementos que eventualmente não foram considerados no planejamento inicial, a fácil análise de cenários de plano de ataque, rápidas análises de locação de equipamentos de obra em diversas posições, e a avaliação dos impactos de instalações e equipamentos provisórios no canteiro”, destacou Matheus Dartora, Coordenador de Planejamento e Controle da Thá Engenharia, como principais benefícios do BIM no processo de planejamento da empresa.
Em orçamento, a metodologia permite, a partir do momento que se tem modelos bem elaborados e que seguem as diretrizes BIM da empresa, a extração de quantitativos com maior assertividade e agilidade, que por sua vez viabiliza um orçamento mais próximo da realidade, confiável e rastreável. “Começamos a fazer trabalhos paralelos de alguns projetos comparando os quantitativos obtidos por modelagem e os provenientes do cálculo convencional (AutoCAD e planilhas Excel). Observou-se que diversas quantidades ficaram próximas uma da outra, e outras o BIM aferiu melhor que o método convencional de extração, como por exemplo a altura do revestimento de parede em ambientes com forro rebaixado. Além disso a velocidade de obtenção dos quantitativos através da modelagem BIM é maior que a manual”, afirma Luiz. “[O uso do BIM] otimizará a equipe de orçamento, podendo ela trabalhar em mais de um projeto simultaneamente, o que hoje é pouco provável de ocorrer”. Luiz estima que com o BIM a extração dos quantitativos pode ser feita em até metade do tempo comparado ao método tradicional, à depender do nível dos projetos e informações, o que pode viabilizar o trabalho simultâneo em até duas obras por mês. “A Thá tem se adaptado à nova era tecnológica e está disposta a investir para que as suas obras venham a ser beneficiadas diretamente pelo BIM”, e ainda conclui “Não há a mínima possibilidade de voltar atrás, o futuro é já!”
Implantar o BIM é um processo complexo e demorado, que envolve além do investimento em tecnologia, também mudanças de processos e cultura da empresa. No final da Prova de Conceito de Projeto foi traçado um novo diagnóstico BIM da Thá Engenharia, através do qual ficou nítida a evolução da mesma na metodologia BIM: Atingindo 95% dos passos estabelecidos para a Prova de Conceito de Projeto, a empresa hoje é capaz de, com suas padronizações BIM bem definidas, contratar e receber projetos em BIM para então fazer a coordenação e compatibilização 3D, planejamento e orçamento em BIM, entre outros usos.
“Durante todo o projeto com o Senai, priorizamos a qualidade da implantação à rapidez, porque o nosso objetivo sempre foi termos uma implantação o mais profunda possível, de modo que possamos replicar os processos para as demais obras e garantirmos a competitividade e a perenidade da empresa”, complementou Kaminski.