Finep apresenta nova chamada do Programa Mover Empresarial no Parque Tecnológico da Indústria

Na manhã de ontem, 15 de maio, a nova chamada do Programa Mover Empresarial, da Finep, foi apresentada no Parque Tecnológico da Indústria, em Curitiba. A iniciativa dá continuidade à chamada anterior ligada ao Rota 2030, com uma novidade importante: além de sistemistas e fabricantes de autopeças, as montadoras também poderão submeter propostas para o recebimento de recursos não reembolsáveis.
Os projetos devem ser desenvolvidos em rede, com a participação de pelo menos uma empresa e uma Instituição Científica e Tecnológica (ICT). Um dos critérios de avaliação será o grau de inovação e o risco tecnológico envolvidos. O objetivo é apoiar propostas com alto potencial de impacto, que contribuam para o fortalecimento da indústria nacional e a redução da pegada de carbono do setor automotivo.
Segundo Renata Guinther, do Departamento de Mobilidade, Infraestrutura e Metalmecânica da FINEP, os critérios de seleção são exigentes: os projetos devem apresentar alta intensidade de inovação, relevância de mercado (nacional, global ou setorial) e um grau significativo de incerteza tecnológica. A proposta, segundo ela, é justamente fomentar iniciativas ousadas, que tragam soluções disruptivas e sustentáveis para o setor automotivo brasileiro. “Queremos apoiar as empresas para que assumam riscos e criem tecnologias mais limpas, fortalecendo a indústria nacional”, afirmou.
Agente estratégico
Durante o evento de lançamento da chamada, a Bosch apresentou dois cases desenvolvidos com apoio da Finep e em parceria com a rede Senai. O primeiro utilizou inteligência artificial e visão computacional em linhas de montagem, eliminando etapas manuais e aumentando os níveis de qualidade. O segundo projeto focou na digitalização da cadeia de fornecedores de moldes, levando tecnologias de manufatura a 17 empresas parceiras.
Aézio Santos, gerente de inovação da Bosch, destacou o papel estratégico da Finep na redução de riscos e na formação de redes colaborativas. Ele também ressaltou a importância da parceria com o Senai, que contribuiu com expertise técnica, infraestrutura de laboratórios e capacitação. “O Senai nos permite acelerar o desenvolvimento tecnológico, inclusive com iniciativas em inteligência artificial, como o projeto em andamento com o Senai Londrina”, pontuou.
Julia Fernanda Maia, líder de implantação do Parque Tecnológico da Indústria, ressaltou que o ambiente atua como um agente estratégico ao conectar empresas, startups, centros de pesquisa e especialistas em um mesmo ecossistema. “O parque não apenas oferece infraestrutura de ponta, mas também articula o acesso a talentos e redes de conhecimento, fundamentais para a escrita de projetos robustos e a construção de alianças capazes de impulsionar soluções inovadoras. É dessa conexão entre ciência, tecnologia e mercado que nascem as transformações que moldam o futuro da indústria”, afirmou.
Já Henry Cabral, gerente de tecnologia e inovação do Senai Paraná, reforçou o compromisso dos institutos com o apoio desde a estruturação das ideias até a submissão dos projetos, especialmente para empresas que ainda não têm maturidade para navegar sozinhas pelos editais. “Estamos prontos para atuar como ICT parceira em todos os níveis do processo”, declarou.