Economia circular promove sustentabilidade e competitividade nos negócios

Notícias17/12/2019 - Atualizado em 20/12/2019
Observatório Sistema Fiep lança duas publicações inéditas sobre o conceito, que fomenta um processo produtivo regenerativo e restaurativo
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A economia circular consiste em estratégias sustentáveis para que o processo produtivo seja regenerativo e restaurativo. O conceito procura incentivar um novo formato de negócios que preserva recursos naturais, otimiza a produção e minimiza riscos. É a oposição ao modelo convencional chamado linear, que funciona com a lógica de extrair recursos, produzir bens e descartar resíduos. Para explorar o tema e apoiar as indústrias do Paraná no processo de circularidade, o Observatório Sistema Fiep lançou duas publicações inéditas no Brasil: “Elementos de Economia Circular” e as Rotas Estratégicas para a “Economia Circular 2031”.

“Entendida como uma proposta de preservação de valor e otimização de recursos que aproveita alternativas para a eliminação de resíduos, a economia circular converge com a missão das quatro instituições que formam o Sistema Fiep – Fiep, Sesi, Senai e IEL – de servir e fortalecer a indústria para melhorar a vida das pessoas pela via do desenvolvimento sustentável”, explica Marilia de Souza, gerente executiva do Observatório Sistema Fiep.

A economia circular se destaca como uma possibilidade de transformar bens, que estão no final de sua vida útil, em recursos para outros processos produtivos, fechando ciclos em sistemas industriais e minimizando o descarte de resíduos. Ainda há algumas barreiras para sua disseminação, como custos mais elevados de transição e investimento inicial necessário, além de resistência a mudanças, com indústrias segurando-se a modelos de negócios lineares. “É preciso dar incentivo e segurança para os empresários revisarem seus processos. A economia circular pode criar mais empregos, melhorar a competitividade da indústria, promover novos produtos e modelos de negócios, conservar o capital natural e diminuir impactos ambientais”, analisa Marilia.

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As indústrias e a economia circular

Tanto indústrias grandes e tradicionais, quanto pequenas e novas já começam a fazer uso do conceito em seus processos industriais. É o caso da Indústria Circular, uma nova empresa que traz tecnologias para reduzir impactos ambientais. A startup fornece um mapeamento e dados das indústrias parceiras em uma plataforma, por meio da qual são identificadas oportunidades de compra e venda de resíduos. “Tratar sobre economia circular é uma questão de sobrevivência a longo prazo em cenário de stress ambiental, flutuação dos preços dos materiais, flutuação do câmbio, leis ambientais mais restritivas. Por isso, apoiamos as empresas nesse processo, possibilitando que uma indústria obtenha uma receita secundária com a venda de um resíduo, enquanto outra companhia possa adquirir uma matéria-prima alternativa mais barata, reduzindo custos operacionais”, conta Joselice Abreu, sócia-fundadora na Indústria Circular.

A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do país, também já tem projetos de circularidade. Entre eles, há o “Matas Sociais - Planejando Propriedades Sustentáveis”, realizado no Paraná. O programa incentiva a agricultura familiar e auxilia pequenos produtores rurais dos municípios de Ortigueira, Imbaú, Telêmaco Borba e Reserva em todas as etapas de produção, desde a obtenção do Cadastro Ambiental Rural (CAR) até a comercialização da produção nos mercados locais, passando pela diversificação da propriedade e incentivo ao associativismo/cooperativismo. “A unidade da Klabin em Ortigueira tem um processo produtivo que gera resíduos industriais. Estes passam por um processo de compostagem, tornando-se adubo. Este adubo é distribuído para os agricultores que participam do programa, aumentando a qualidade e produtividade dos alimentos. Por fim, estes frutos, hortaliças e vegetais retornam para a fábrica da Klabin para serem consumidos no restaurante da planta”, explica Uilson Paiva, gerente de Responsabilidade Social e Relações com a Comunidade da Klabin. Estes alimentos também são destinados ao Parque Ecológico mantido pela empresa, assim como o adubo pode ser utilizados nas florestas plantadas.

“A nossa Política de Sustentabilidade é alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e à Agenda 2030, e orienta todas as ações da companhia. Assim, investimos em programas nas comunidades onde estamos presentes, promovendo o desenvolvimento regional, reduzindo a emissão de resíduos, reutilizando matérias-primas e alcançando a integração que a economia circular traz”, conclui Paiva.