A Tupy, o BMW Group Brasil e o Senai Paraná firmaram parceria inédita nesta quarta-feira (24) durante um evento no Habitat Senai, em Curitiba. A parceria acontece para o desenvolvimento de um processo mais sustentável e para garantir a recuperação dos compostos químicos das baterias em fim de vida, utilizadas em veículos elétricos. A tecnologia, conhecida como ‘hidrometalurgia’, compreende a reciclagem química de baixa emissão de CO2, recuperando materiais para seu reuso e, assim, evitando a extração destes do meio ambiente.

Durante o encontro das empresas, o presidente do Sistema FIEP, Carlos Valter Martins Pedro, reforçou que a oferta de serviços que agreguem valor à indústria é prioridade para a organização e que a parceria “vai gerar tecnologia de nível elevado e mais competitividade para as empresas que envolvidas, que são referência em seus setores”.

Parceria de sucesso

O Senai Paraná, através do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, será o executor do projeto e responsável pelas atividades e respectivas entregas dos resultados da pesquisa. “Este tema tem extrema relevância. Não só pela tecnologia, por meio da reciclagem de baterias, mas também pelo impacto social e ambiental que o desenvolvimento de um projeto como esse tem aqui no Brasil. Esse é um processo que após a finalização pode ser exportado para o mundo todo. É algo inédito no país e isso nos proporciona muito orgulho”, explica Fabrício Luz Lopes, gerente de tecnologia e inovação do Sistema FIEP.

Luz ainda relembrou que o Instituto de Eletroquímica do Paraná foi avaliado pela Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, a mais renomada rede de pesquisa aplicada da Europa, e recebeu nota máxima. “Este é o primeiro ISI do país a conseguir a nota cinco numa auditoria. Isso mostra nossa dedicação e a maturidade que o nosso instituto possui, tanto em tecnologia quanto em equipe. Esse conhecimento nos permite desenvolver projetos como esse, de alto impacto”, finaliza.

Jefferson de Oliveira Gomes, diretor de tecnologia e inovação do Senai, reforçou a importância da discussão do tema. Para ele, a economia circular é fundamental e serve como embasamento para projetos, pois “desta forma surgem novas contratações, novos espaços e novas estruturas, por meio de uma nova sociedade ligada a economia circular”, finaliza.

Cada parte trará conhecimentos específicos para os estudos dentro de sua área de atuação. A Tupy, dentro da frente da Tupy Tech, dedicada ao P&D disruptivo, tem dedicado seu conhecimento em materiais e metalurgia ao desenvolvimento de tecnologias que contribuam com a jornada de descarbonização dos clientes. “Nós entendemos que esta iniciativa tem muita afinidade com o nosso negócio. Ao longo de mais de 80 anos, desenvolvemos toda uma base de conhecimento em processos químicos e metalúrgicos, além da economia circular, que já é uma característica da Companhia”, enfatiza Fernando de Rizzo, CEO da Tupy.

Pioneiro na eletromobilidade e autora do projeto, o BMW Group Brasil fornecerá seu conhecimento técnico e as baterias usadas do veículo elétrico BMW i3 para o desenvolvimento do processo de reciclagem por hidrometalurgia. Alinhada com sua estratégia mundial de sustentabilidade e economia circular, a ressíntese dos materiais reciclados, para produção de novas células de baterias a partir do material reciclado, também é uma das entregas mapeadas junto ao ISI-EQ.

“A economia circular é muito forte dentro da nossa empresa e nós procuramos desenvolver projetos que estejam voltados para esse conceito. Estamos em uma busca constante para que o mundo seja melhor para as próximas gerações e com certeza esse projeto tem benefícios imensos. Essa parceria com a Tupy e com o Sistema FIEP reforça o nosso planejamento local alinhado com as estratégias globais”, afirma Aksel Krieger, CEO e Presidente do BMW Group Brasil.