Biossensor eletroquímico é desenvolvido por pesquisadores do Senai Paraná

CASES27/07/2022 - Atualizado em 28/07/2022
O produto tem baixo custo de produção e é capaz de detectar o câncer de mama.
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O Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica desenvolveu em parceira com a empresa BMR Medical, um biossensor eletroquímico totalmente descartável e de baixo custo para detecção de HER2. A molécula é considerada uma chave – biomarcador - para a detecção do câncer de mama, por meio de biópsia líquida. A biópsia líquida é uma forma muito menos invasiva para diagnóstico, pois é necessário 500 µL (microlitro) de plasma humano para avaliar a presença do biomarcador.

No projeto, foram utilizadas amostras simuladas e reais de pacientes positivos e negativos para HER2. Além da simplicidade operacional e do baixo custo para a construção do eletrodo descartável, o biossensor eletroquímico possui vantagens frente o método de ELISA, padrão para detecção de anticorpos e antígenos, como portabilidade e baixo custo. “Assim, a portabilidade, facilidade de fabricação aliado ao baixo custo tornam o dispositivo viável, podendo vir a ser utilizado em larga escala. O projeto foi pensado para auxiliar na tomada de decisão do médico, uma vez que existem diferentes tipos de cânceres de mama e, esses do tipo HER2 positivo, por exemplo, requerem terapêuticas diferentes de cânceres de mama do tipo HER2 negativo”, explica Camila Rizzardi Peverari, pesquisadora do ISI-EQ.

Além de auxiliar os médicos, a metodologia desenvolvida com resposta rápida também pode monitorar a progressão - ou não - da doença, identificando se a terapêutica utilizada está sendo eficaz. O biossensor eletroquímico, quando utilizado para diagnóstico precoce de câncer de mama, atua como uma ferramenta que permitirá o aumento de sobrevida e até cura do paciente, uma vez que, quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de mama pode ser curado. Logo, o biossensor eletroquímico pode ser uma ferramenta interessante para auxiliar tanto no diagnóstico precoce quanto no monitoramento do câncer de mama, trazendo novas alternativas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“Este é um projeto belíssimo pelo potencial de simplificar enormemente o diagnóstico e o monitoramento do tratamento do câncer de mama, contribuindo com a razão de ser da BMR Medical: #primeioopaciente. A inovação proposta pelo projeto traz a perspectiva de popularizar o diagnóstico do tipo de câncer de maior incidência e mortalidade, dentre mulheres, no Brasil e no mundo, com a possibilidade de antecipar o diagnóstico, o que viabiliza o tratamento precoce e aumenta a chance de cura da doença. Temos muito orgulho da parceria com o Senai, que traz consigo profissionais técnicos de altíssimo gabarito. A parceria com o Senai está alinhada com o DNA da BMR Medical: trabalhamos com paixão e integridade, inovando para cuidar das pessoas”, comemora Patricia Zancanella, coordenadora de Qualidade e Assuntos Regulatórios da BMR Medical.

O projeto ainda envolveu Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Erasto Gaertner para a utilização de amostras de pacientes sabidamente positivos e negativos para um tipo específico de câncer de mama. “O desenvolvimento de testes nesse âmbito é de grande valia, principalmente para o monitoramento do progresso da doença durante o tratamento. O tipo de biomarcador avaliado é associado a um tipo de câncer muito agressivo, com taxa de sobrevida baixa, e isso infelizmente foi demonstrado ao longo do projeto, pois alguns pacientes faleceram. Acreditamos que o nosso trabalho pode melhorar a vida das pessoas e, poder colocar em prática uma ideia da empresa, com cunho social e de saúde tão importante, é muito recompensador”, complementa a pesquisadora.

O instituto

Além da infraestrutura da área de Smart BioSensors do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, o time tem capital intelectual qualificado e com experiência de atuação em projetos de P,D&I voltados para diagnóstico de doenças como o câncer, que foi essencial para o resultado positivo no desenvolvimento do sensor e entendimento da doença associada a produção desse biomarcador.  “Para que o que foi desenvolvido no projeto chegue à população é necessário passar por várias outras etapas, mas ter acompanhado até o momento foi muito gratificante, tanto no âmbito profissional quanto pessoal”, finaliza Camila.