Propondo desafios de indústrias brasileiras para estudantes de todo o país, o Senai promove o Desafio Senai de Projetos Integradores. “O DSPI tem como objetivo levar para as salas de aula os desafios que fazem parte do dia a dia das empresas e propor soluções por meio da elaboração de projeto, modelo de negócios, protótipo e vídeo-pitch, para atender problemas reais da indústria brasileira. Assim, os estudantes são motivados a colocar seus conhecimentos teóricos na prática e ainda se aproximam da realidade que vão encontrar no mercado de trabalho”, explica Giovana Punhagui, gerente executiva de Educação do Sistema Fiep.

Para a edição nacional 2020, os projetos foram avaliados nas categorias aprendizagem industrial, cursos técnicos e graduação e o resultado foi transmitido pelo Youtube. Dois grupos de alunos do Paraná foram reconhecidos: uma equipe de ensino técnico e uma turma de graduação.

Já o grupo formado por alunos do curso técnico em eletrotécnica do Senai de Maringá foi reconhecido em segundo lugar. O projeto tinha como objetivo atender uma demanda de uma indústria do estado do Maranhão, que procurava uma forma de reaproveitar resíduos de encanamentos hidráulicos em obras. Observando o desperdício de tubulações como tubos PVC, CPVA e PPR, o desafio era diminuir o impacto ambiental e gerar renda para a empresa. O grupo de estudantes de Maringá desenvolveu uma janela que faz uso de restos de PVC para isolar e diminuir a menor poluição sonora em imóveis em locais com barulho.

Larissa Oliveira Fernandes, uma das alunas, conta que o projeto foi especialmente desafiador por ser desenvolvido em um ano de pandemia. “Quando ficamos sabendo do desafio ficamos animados, porém com um pouco de receio por ser nosso primeiro projeto, por estarmos em aula EAD e, assim, não teríamos como usar o laboratório da escola para qualquer tipo de experimentação ou maquete. Com tudo que estava acontecendo, a gente pensou que nosso projeto nem iria passar da primeira fase. Então, ficamos muito felizes em receber este reconhecimento e ver esse projeto chegar tão longe!”, conta.

Reconhecimento, também, para os professores Everton de Oliveira e Vanessa Costa. Everton conta que essa premiação foi resultado de um trabalho desenvolvido em equipe. “Me sinto imensamente grato pela oportunidade e pelo reconhecimento”, afirma. E complementa: “Nos Projetos Integradores, os estudantes são mobilizados a implementar soluções para problemas reais por meio do desenvolvimento de novos modelos de negócios. Esta aproximação da indústria com o contexto escolar complementa o processo de ensino e aprendizagem e antecipa experiências que possivelmente só seriam possíveis no contexto futuro da vida profissional”.

 

Projeto de curso graduação recebe primeiro lugar

Já na categoria curso de graduação, um grupo de estudantes dos cursos de Tecnologia em Manutenção Industrial e Engenharia Elétrica, das Faculdades da Indústria de Londrina, conquistaram o primeiro lugar. O projeto consiste em um sistema de monitoramento inteligente de EPIs chamado “Nikol.A.I”. “Sabemos que o uso de EPIs é muito importante, seja qual for o setor que a indústria atua, pois é para a segurança do indivíduo e da empresa. Então, nosso principal objetivo era ajudar as empresas a terem maior controle do uso de EPIs de forma automática”, conta Callebe Espanga da Cruz, estudante do 3º período de engenharia elétrica e um dos alunos envolvidos no projeto.

A solução NIKOL.A.I, é composta por hardware e software. “No caso da empresa que propôs o desafio, atuava com soldas. Nosso projeto entregou um sistema de reconhecimento de EPI com inteligência artificial. Consiste em uma câmera que, a cada período de tempo, tira uma foto e manda para um sistema de IA, que passa por um serviço cognitivo voltada a visão computacional. Assim, conseguimos detectar objetos dentro dessa imagem e fizemos um pré-treinamento com a IA vendo imagens de capacete de solda. Se a foto reconhecer o EPI, tudo certo. Mas se o colaborador estiver sem o EPI, o sistema vai avisar, dar alertas e pode mandar uma mensagem para o departamento de saúde e segurança. Então, o sistema vai desligar automaticamente o equipamento desse colaborador e ele não vai poder utilizar até que o sistema detecte o EPI. Ou seja, não vai conseguir fazer o trabalho dele até que ele esteja adequado para realizar seu trabalho”, explica.

Luis Gustavo Ferrareto Espontão, estudante do 5º período de engenharia elétrica e colega de grupo de Callebe, comemora a participação. “Participar do DSPI foi muito desafiador, pois realizamos um desenvolvimento de um sistema complexo utilizando inteligência artificial. Isso nos exigiu muito estudo e esforço, de forma que foi necessário visualizar não somente a prática de desenvolvimento do protótipo, mas também as características comerciais do projeto, estudando a viabilidade econômica e potencial do mercado. A sensação de ser reconhecido após todo esforço colocado nesse projeto é indescritível, pois vemos os frutos do nosso esforço surgindo e conseguimos ver a evolução individual e da equipe, gerando uma grande satisfação para todos nós”, afirma.

Wesley Candido, professor que orientou o projeto, concorda: “É um momento ímpar, de bastante felicidade. Dá um sentimento de dever cumprido, ainda mais em um ano que tivemos tantas adversidades e a resiliência se fez presente. Atingir esse resultado demonstra que estamos evoluindo e que estamos no caminho certo”, conta.